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Apesar de não ter assinado o requerimento de urgência, Robinson Faria declarou à imprensa que acompanha o posicionamento dos deputados sobre o projeto, que pretende votar a favor da anistia. No entanto, evita esclarecer sua decisão de não ter assinado o requerimento.
A posição isolada de Robinson contrasta com a de outros quatro deputados do Rio Grande do Norte — Benes Leocádio e Carla Dickson, do União Brasil, além de General Girão e Sargento Gonçalves, do próprio PL — que assinaram o requerimento e declararam apoio público ao projeto de anistia.
Ligações políticas e arquivamento de ação no STF influenciam abstenção
A justificativa para a não assinatura de Robinson Faria não foi oficialmente divulgada, mas observadores políticos citam sua ligação familiar e institucional com membros do Judiciário e o arquivamento de uma ação no STF. Robinson é pai do ex-ministro das Comunicações do governo Bolsonaro, Fábio Faria, que mantém relações próximas com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em 2022, o ministro Dias Toffoli chegou a passar um final de semana na casa de praia de Fábio Faria. As conexões do ex-ministro podem ter influênciado indiretamente na condução política de Robinson Faria no parlamento.
Uma decisão de 2021 do ministro Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu o andamento de uma ação contra Robinson Faria.
A ação se refere às Operações Anteros e Dama de Espadas – em que Robinson era investigado . O inquérito aberto no Superior Tribunal de Justiça apurava possíveis desvios envolvendo a Assembleia Legislativa do RN e o suposto crime de obstrução de Justiça praticado pelo ex-governador ao tentar comprar o silêncio de uma testemunha. A instrução do processo-crime já contava com audiência marcada.
Na decisão, em que arquivou, o ministro Dias Toffoli afirmou que ” a denominada ‘Operação Dama de Espadas’ continha em tese, vícios de ordem, que acabou da mesma operação ter subsidiado a denominada ‘Operação Anteros’ o que maculou a sua deflagração, à luz da teoria dos frutos da árvore envenenada”.
Em 2024, o STF anulou definitivamente a operação que mirava o deputado e ex-governador. A Segunda Turma do STF confirmou a decisão do ministro Dias Toffoli.
Com o julgamento, foi anulada a Operação Dama de Espadas, de 2015, que apurou desvio de dinheiro na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte quando Robinson Faria presidia a Casa.
Na época, Faria foi acusado em uma delação premiada de receber cerca de R$ 100 mil por mês ilegalmente.
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