Gabriel Negreiros e Abraão Lincoln – Foto: Reprodução
A Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) cumprem mandados de busca e apreensão no Rio Grande do Norte nesta quinta-feira (13). A ação faz parte da nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga um esquema nacional de descontos não autorizados em aposentadorias e pensões do INSS.
A operação está cumprindo um total de 63 mandados de busca e apreensão e 10 mandados de prisão preventiva, além de outras medidas cautelares, distribuídos por 14 estados brasileiros e o Distrito Federal. Entre eles, estão, além do RN: Goiás, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e DF.
No RN, a operação mirou a casa de Paulo Gabriel Negreiros, tesoureiro da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA) — entidade investigada na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI).
A CPMI, que apura o desvio de recursos do INSS, vota também nesta quinta-feira (13) dois requerimentos de quebra de sigilo relacionados a Negreiros. Os pedidos apontam o potiguar como peça-chave no esquema de descontos indevidos.
Investigadores da Polícia Federal e da CGU apontam que a confederação teve um crescimento súbito de filiados e receitas em 2023, sem estrutura física compatível, sendo Paulo Gabriel suspeito de intermediar operações financeiras. A expectativa é que a aprovação das medidas revele a trilha do dinheiro desviado, aumentando o potencial impacto sobre políticos e aliados ligados à cúpula da entidade no estado.
Relação entre Gabriel Negreiros e Abraão Lincoln
No dia 4 de novembro, Abraão Lincoln Ferreira da Cruz, presidente da CBPA, foi detido em flagrante sob acusação de falso testemunho em uma sessão da CPMI. A reunião expôs as contradições sobre o vínculo dele com o tesoureiro da entidade, Gabriel Negreiros.
Questionado pelo relator, o potiguar inicialmente tentou minimizar a relação com Negreiros, afirmando que o vínculo era apenas “institucional”.
Essa omissão, no entanto, contraria investigações que apontam Gabriel Negreiros como braço direito e operador financeiro do esquema de descontos indevidos da CBPA.
O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar, destacou que a entidade sob comando de Lincoln e Negreiros possui um número recordista de fraudes: há cerca de 40 mil mortos incluídos como filiados ativos nas listas de descontos associativos da CBPA.






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