Ocupações do MLB causaram prejuízo de R$ 3 milhões aos supermercados de Natal

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Foto/Reprodução

O diretor da Associação de Supermercados do Rio Grande do Norte (Assurn), Eugênio Pacelli, afirmou que ocupações realizadas por movimentos sociais em supermercados de Natal geraram um prejuízo estimado em R$ 3 milhões ao setor. A declaração foi dada nesta quarta-feira (28), durante depoimento à Comissão Especial de Inquérito (CEI) das Invasões, na Câmara Municipal de Natal.

Segundo Pacelli, o valor foi calculado com base em um estudo da Fecomércio, que avaliou a queda no fluxo de clientes e nas vendas nos dias das manifestações. A entidade confirmou à 98 FM que os prejuízos ocorreram em ações do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) entre 2022 e 2025.

O diretor da Assurn destacou que três das quatro ocupações ocorreram em dezembro, mês de maior faturamento para os supermercados. Apesar de não terem causado danos ou conflitos, as manifestações duraram cerca de quatro horas e impactaram diretamente as vendas.

Pacelli também citou como referência um acordo nacional entre o Carrefour e movimentos sociais, no qual a rede se comprometeu a doar 20 mil cestas básicas. Porém, afirmou que, no RN, os supermercados não foram procurados previamente para negociação. “Nunca houve contato para esse tipo de pleito”, disse.

Representando o MLB, Bianca Soares defendeu as ocupações como forma de protesto pacífico contra a fome, os altos preços dos alimentos e a falta de políticas públicas de habitação. Segundo ela, o movimento atua em três ocupações organizadas na capital e já garantiu 140 unidades habitacionais pelo Minha Casa Minha Vida Entidades.

Bianca ressaltou que o MLB envia ofícios solicitando doações antes das ações e que os protestos não impediram o funcionamento dos mercados — que, segundo ela, fecharam por decisão própria. A Polícia Militar, segundo a militante, acompanhou os atos e não registrou crimes.

Durante a audiência, a militante também confirmou que recebeu passagens do Governo do Estado para participar de reuniões sobre habitação em São Paulo. “Foram recursos voltados ao debate de políticas públicas”, afirmou.

O relator da CEI, vereador Matheus Faustino (União Brasil), criticou a atuação do MLB, dizendo que o movimento age de forma coordenada, com orientação nacional e uso de recursos públicos para ações políticas. Bianca rebateu: “Nossas decisões são coletivas, e lutamos contra a desigualdade social.”


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