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Por Henrique Sá
O que parece ser um racha entre Fátima Bezerra (PT) e Zenaide Maia (PSD) pode, na verdade, ser apenas encenação política. Analistas afirmam que o suposto rompimento é parte de uma estratégia combinada, pensada para o tabuleiro nacional das eleições de 2026, quando ambas disputarão o Senado.
A movimentação não é isolada. Lula tem demonstrado forte preocupação com a composição da Casa Alta. O risco para o PT e seus aliados é real: a oposição precisa de apenas 24 cadeiras para chegar ao número mágico de 41, maioria capaz de travar um eventual quarto governo petista. Já o Planalto, para manter o controle, terá de eleger pelo menos 32 senadores – uma tarefa consideravelmente mais difícil.
O cenário ajuda a explicar o “ensaio de rompimento” no Rio Grande do Norte. A estratégia permite que Fátima e Zenaide se posicionem de maneira distinta no eleitorado local, mas sem romper de fato com o projeto nacional de Lula.
Ao discursar no Encontro Nacional do PT, o presidente deixou claro o peso da eleição: “Em 2026 temos que eleger uma maioria no Senado”. Mais do que um alerta, foi um recado de que a sobrevivência política do governo dependerá de arranjos pragmáticos — ainda que, em alguns estados, isso passe por alianças improváveis ou mesmo por “brigas combinadas”.
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