Um grave cenário de supostos abusos de poder e desvios no Departamento de Regulação, Avaliação e Controle (DRAC-SMS) foi denunciado ao Sindsaúde/RN, nesta quarta-feira (16). De acordo com relatos, servidores da saúde enfrentam um ambiente de trabalho marcado por assédio moral, autoritarismo e ameaças por parte da coordenadora do setor, que estaria adotando práticas desrespeitosas desde o início do ano.
As acusações, no entanto, vão além de conflitos internos. Há indícios de que procedimentos como consultas e exames estariam sendo fraudados, beneficiando pessoas fora da fila de espera regular. Segundo as denúncias, a coordenadora atuaria em conluio com seu esposo, burlando critérios legais e privilegiando apadrinhados, enquanto milhares de pacientes aguardam na fila por meses ou até anos.
Documentos obtidos por profissionais de saúde apontam casos específicos de irregularidades, segundo o sindicato. Em um deles, um paciente teria conseguido agendamento em apenas dois dias, enquanto mais de 3.600 pessoas esperam desde 2023. Há ainda registros de exames liberados por funcionários sem competência técnica para tal, marcações feitas sem o paciente constar no sistema e suspeitas de favorecimento político.
A situação ocorre sob a gestão do prefeito Paulinho Freire (União Brasil), que assumiu o comando de Natal no início do ano e nomeou a atual coordenadora do DRAC, a enfermeira Fernanda Otaviano. Denúncias sugerem que o setor estaria sendo usado para perseguir servidores, manipular o sistema e beneficiar aliados, violando normas que regulamentam o atendimento no SUS.
O ambiente de trabalho é descrito como hostil, com relatos de ameaças, reuniões intimidatórias, censura a críticas e ações fora da legalidade. O Ministério Público já iniciou investigações, realizando vistorias em distritos sanitários no ano passado.
O Sindsaúde/RN cobra uma apuração imediata, o afastamento da coordenação e a responsabilização dos envolvidos. A entidade alerta ainda a população: quem aguarda atendimento há muito tempo pode ter sido prejudicado por supostas manobras irregulares dentro do DRAC.
Enquanto isso, a Secretaria de Saúde e a prefeitura permanecem em silêncio, sem se pronunciar sobre as acusações.
A secretaria de Saúde de Natal foi procurada, mas até a publicação desta reportagem não houve respostas. O espaço segue aberto.
O Potengi
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